terça-feira, 22 de março de 2016

Véu de fogo

Eu vejo a cortina de fogo
Sobre nossas cabeças
E não podemos nos mover
Estamos tão no alto
E ao mesmo tempo presos no chão
Eu vejo a cortina de fogo se aproximando
E não consigo fugir dela dia a pós dia
E quando ela se vai só me resta
Escuridão e cinzas fagulhas no ar
Mas em momentos como este
Eu mesmo sem poder me erguer
Vejo a beleza desta hora sublime
Quando o fogo vem apagando o dia
E começando toda cinza fagulha
De novo e de novo no dia seguinte.

Marcelo Cardoso Nascimento.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Velocímetro

Marca minha vida todo tempo
Desajusta cada partícula do meu coração
Acelerando desejos em outro lado
Despercebendo a verdadeira reação.

Colidindo entre meus olhos que não enxergam
O perigo desta velocidade invisível
Isso faz-me pensar em quantas almas vagam
Dentro deste mundo insensível.

Somente por um segundo percebo
O quanto meu ponteiro está lá no alto
Contando como um conta-giros
Cada batida pulsante de meu imo.

Vejo apenas uma reta a minha frente
Mas desacelero por querer de mais
A velocidade que não posso em mente
Possuir para não colidir mais.

Marcelo Cardoso Nascimento.



Nunca verás teu olhar!

Teu filho que jamais lutou
Despedaçando seu frágil coração
Em tua lagrima o luto jamais deixou
Dentro de toda tristeza sem razão.

A vista da distância entre vidas
Seu futuro fruto entre espinhos
Falecida Felícia entre doenças
Não verá em teu mundo os teus sonhos.

Desamparado sobre olhares chuvosos
O único olhar jamais será visto
Entre varias cores o céu torna-se negro
Como nuvens carregada de um novo mundo vasto.

De lagrimas por não poder sentir
O calor de teu pequenino fruto
Como no fim de toda vida por ela existir
Em troca de uma vida que jaz esquecida de seu imo.

Marcelo Cardoso Nascimento.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Noites confusas

Os meus sonhos são confusos
Todos os dias me vejo nas ruas
Andando com dois rostos
Estranha mistura de máscaras.

Pulo nas poças de sangue
todos os dias sem saber
Que é meu sangue inconsequente
Que jorra pelos dedos a escorrer.

Minha confusão está noite
Não tem dono da minha vida
Minha mente não sente
Demência pelas palavras ditas.

Quanto mais afundo nas poças
O sono me vem em forma de morte
Está noite confusa de chuvas
Vermelhas caindo como meu sangue.

Marcelo Cardoso Nascimento.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Inverídico, imperfeito, incivil!

Não me digo adeus pois para onde
Eu poderia ir longe de mim mesmo?
Não sinto mais o frio congelante
Minhas palavras soam como ermo.

Será que esqueci o que é ser
Alguém normal por três momentos
Por favor não deixe-me perecer
Dentro de mim mesmo.

Não quero ficar batendo na mesma
Tecla desafinada de meu piano
Pois o som que ela ecoa machuca
A ponto de me parecer escuro.

De não existir mais sonhos
Das lágrimas não mais cessarem
Do único destino ser só
Do meu olhar desaparecer.

Marcelo Cardoso Nascimento.

terça-feira, 1 de março de 2016

Uivos de meu desejo

Literário desejo de consumir-se
Em meio a névoa que rodeia
Todas as tuas belezas dentro das
Inconstantes do meu olhar
Curioso observando teu sorrir
Inesperado depois de uma breve
Atordoante história de minha vida.

Guardando pra si todos os meus
Uivos nesta noite de lua cheia
Eu não me canso de te olhar
Reagindo ao teu cheiro intenso
Respiro todos os desejos que você
Atraca dentro do meu coração.

Construindo aos poucos está
Alternativa única de eternidade
Significativamente sedutor
Teu jeito de me levar onde o teu
Amor quer chegar sempre
Nos momentos mais lindos
Habitando dentro de mim
Este amor que é teu e será
Inteiro nosso no futuro
Ressoando dentro do eco
A verdade dentro dos nossos olhos o
Seu coração que desejo tanto!

Marcelo Cardoso Nascimento.