quarta-feira, 11 de junho de 2014

Pai do Mauro

Lá vem o trem...
Lá vem o pai do Mauro,
Da escola dava para ouvir
A brincadeira começar.

Adolescência cheia de gargalhadas,
Palhaçadas dos velhos amigos
Na tarde que tardava a passar,
Riamos mais do que estudávamos.

E quando o trem passava sobre os trilhos
Perguntávamos, e seu pai Mauro?
Pedro Amorim ressaltava as monocelhas
Que Mauro tinha cortado.

E quando tudo passava e o silêncio imperava
Mais uma vez vinha o trem.
Buzinando toda vez que passava,
E mais uma vez a brincadeira começava.

Marcelo Cardoso Nascimento.

Senhora Felícia

A vida que ata tardia Felícia
Tarda mas despreza,maltrata.
Onde não se tarda a malicia
Da jovem mal-amada raquitizada.

Dedos no tremulo olhar cético
Corrói a semelhança de uma vingança
Na mão branca de segurar apático
Em sua forma morta, doença.

Felícia amalgamada forte no desejo
Distorcida na palavra e correta
Na razão dentre ao seu ventre imo,
Pulsante esquizofrenia desamparada.

Envelhecida na madeira do carvalho
Lutas para o seu vingativo dia abordar
Mas que sua vida fique viva dentro,
De seu filho vingado quando há tua hora chegar.

Marcelo Cardoso Nascimento.

Porcelana Branca

Pequenina porcelana
Que desliza sobre os pés
Leve como espuma
Pequenina ao revés
Como se tudo fosse grande
Como de fato és
A tua alegria incontida,
No sorriso branco.
Na altivez da tua grandeza
De fato vai ganhando o mundo
Que pequeno se torna
Perto do teu desejo,
De seu pequeno frasco
Contendo seu perfume flor
Assegurando que nada se perca
Por ser tão grande o teu amor
Comprimido, apertado está,
Em um nome, nome Heloísa.rar.

Marcelo Cardoso Nascimento.