sexta-feira, 18 de março de 2016

Velocímetro

Marca minha vida todo tempo
Desajusta cada partícula do meu coração
Acelerando desejos em outro lado
Despercebendo a verdadeira reação.

Colidindo entre meus olhos que não enxergam
O perigo desta velocidade invisível
Isso faz-me pensar em quantas almas vagam
Dentro deste mundo insensível.

Somente por um segundo percebo
O quanto meu ponteiro está lá no alto
Contando como um conta-giros
Cada batida pulsante de meu imo.

Vejo apenas uma reta a minha frente
Mas desacelero por querer de mais
A velocidade que não posso em mente
Possuir para não colidir mais.

Marcelo Cardoso Nascimento.



Nunca verás teu olhar!

Teu filho que jamais lutou
Despedaçando seu frágil coração
Em tua lagrima o luto jamais deixou
Dentro de toda tristeza sem razão.

A vista da distância entre vidas
Seu futuro fruto entre espinhos
Falecida Felícia entre doenças
Não verá em teu mundo os teus sonhos.

Desamparado sobre olhares chuvosos
O único olhar jamais será visto
Entre varias cores o céu torna-se negro
Como nuvens carregada de um novo mundo vasto.

De lagrimas por não poder sentir
O calor de teu pequenino fruto
Como no fim de toda vida por ela existir
Em troca de uma vida que jaz esquecida de seu imo.

Marcelo Cardoso Nascimento.