segunda-feira, 21 de julho de 2025

Explosões em meio ao Fogo de Artifício

Desculpe minhas reações
Sei que não certas, mas às vivo.
Não são meras sensações,
São aprendizados ao vivo.

Mesmo que todo amor do mundo,
Tenha um final feliz.
Eu não sinto assim na beira do abismo,
Olho pro fundo, e vejo um quiz.

Tudo está bem sempre, de sempre,
Como se voltássemos para beira.
Mas ele olha com a mesma depre,
Que vê sempre à mesma, estribeira.

Meu abismo sempre olha de volta,
Me encarando, e olhando quem vai.
Primeiro um no lugar do outro em outrora,
Como uma mente que sê esvai.

Marcelo Cardoso Nascimento.



sexta-feira, 4 de julho de 2025

Meu Cristal Quebrado

Meu cristal caiu do peito,

silencioso e lento no chão, 

partiu-se em mil pedaços

como quem perde a razão.


Era claro, puro, intenso,

guardava a luz do olhar.

Agora é cinza e denso,

não sabe mais brilhar.


Do estilhaço, nasce a lágrima,

caminho triste da dor,

desce fria pela face

sem o brilho do amor.


Cinza, cinza... tudo em volta,

até a alma perdeu cor.

Cada caco, uma lembrança,

cada suspiro, um clamor.


Não há cola para sonhos,

nem moldura pra ilusão.

Há somente o tempo e o vento

varrendo o chão do coração.


Mas ainda escuto o eco

do que o cristal cantava,

um som doce e esquecido

que no silêncio chorava.


Quem sabe, em outra alvorada,

sob novo céu que não pesa,

nasça um cristal do pranto

com mais verdade, menos pressa.


Marcelo Cardoso Nascimento.