A verdade dói tanto que não
Sinto mais o que penso.
Perdi todo o ar de meu pulmão
Todo o meu sentido.
Porque o abandono corrói
Em silêncio como areia na praia.
Sinto que todo eco na concha rói
A vida que se aos pouco se desata.
Não percebo, mas não há
Mais confiança no mundo.
Todo medo que acontecerá
Já vira pensamento finito.
Se puro és, sempre quebrantado.
Não há mais verdade que resista
A corrosão, e porque eu sinto isso?
Como uma vida Frágil em concha.
Marcelo Cardoso Nascimento.